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CINCO SUBSTITUIÇÕES?



CINCO SUBSTITUIÇÕES?


De repente acordo e descubro que a FIFA decidiu permitir cinco substituições durante o jogo. Já houve um tempo que não eram permitas as substituições. Algum jogador saia machucado o time jogava com um à menos até o fim. Depois decidiram que poderia trocar o goleiro em caso de contusão. Mais tarde colocaram uma, depois duas e até bem pouco tempo eram três substituições.


Aceitaram uma substituição quando o jogador se contundia. Mais tarde, quando passaram para três já pensavam além das contusões e do cansaço do jogador. Deram a chance ao Treinador fazer uma mudança porque o jogador estava jogando mal. Existem situações que o jogador não consegue manter boas atuações seguidas e o Treinador podendo fazer a troca, ajuda a melhorar a atuação do time.

As três substituições aconteciam sem obrigação nenhuma de serem feitas. Eram motivadas pelas necessidades. Depois que permitiram 5 substituições as coisas mudaram. Os Treinadores acham que são obrigatórias. Apesar da evolução física cientifica, dizem que os jogadores não estão aguentando o ritmo do jogo. Não acredito muito nisso. Tenho visto meninos de 18 anos sendo substituídos todo os jogos e falam que não estão aguentando jogar 90 minutos.


Estou com medo. Pelo que estão falando o futebol não é mais para seres humanos. Nós, que não tínhamos essa evolução física científica, jogávamos 180 minutos sem substituições. Jogávamos a preliminar no Maracanã às 13:15h e o jogo principal às 15:15h. Nosso material de jogo pesava 2 kg no intervalo e a maioria dos clubes não tinha segundo jogo de uniforme. A sunga também pesava. A chuteira idem.

Subíamos as Paineiras ou a Floresta da Tijuca com tênis Rainha ou até Kichute. Não tínhamos as chuteiras ou tênis com amortecedores e a tecnologia de hoje. Mas jogávamos 90 minutos. A intensidade dizem, não era a mesma, mas também os jogadores eram muito mais técnicos do que são hoje e aí as exigências também eram grandes. Todo esse comentário acima me faz ser contra as 5 substituições.

Vamos analisar...


Cinco substituições dão 50% da equipe. Em qualquer coisa que você mude 50% de uma hora para outra complica o rendimento e consequentemente o resultado. Até “Pelada” desanima se cinco jogadores saírem do jogo. Nem precisa ser do mesmo time. Imagine um jogo oficial? Ao terminar o primeiro tempo o jogador está com 20 minutos de aquecimento mais os 45 minutos do jogo, fora os minutos dos acréscimos. Começa o segundo tempo e aos 15 a 20 minutos começam as alterações.

Um jogador com 10 minutos de aquecimento entra no meio que já tem 20 minutos de aquecimento mais 45 minutos de jogo e mais toda a participação das exigências, das adaptações táticas e todo o emocional da partida. Se somarmos isso dá um total de 65 minutos de movimentação, mais o emocional e etc..


Um jogador entra com 10 minutos de aquecimento e desadaptado emocionalmente do jogo. Ele precisa por baixo, de 20 minutos para entrar definitivamente no ritmo da partida. Se ele entrou aos 15 minutos do segundo tempo só aos 35 de jogo é que ele vai realmente poder produzir 100% do que pode. O adversário está com 80 minutos de jogo e ele com 10 de aquecimento. É uma conta dura de acreditar, mas é a pura realidade. Quem está no banco de reservas, normalmente, não está no jogo. É bem diferente e só quem jogou pode entender isso!!!


Muitos vão citar casos de jogadores que entraram no meio do jogo e fizeram o gol da vitória. Isso não é impossível de acontecer, mas uma exceção. Muitos entram e mudam o jogo. Pode ser, mas não é o normal. Quando entra um jogador com essa dificuldade, ele encontra 9 jogadores que cobrem ele. Com cinco substituições sobram cinco para cobrirem 5. É desproporcional falando em futebol profissional no nível de exigência de hoje. Sou contra as 5 substituições. O ritmo da partida cai e nem na "pelada" suporta!


Zé Mário Barros

Blog do Zé

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